GREV
Sem avanços importantes na negociação com a prefeitura de Foz, categoria decide seguir com os protestos em defesa de direitos já adquiridos e por melhores condições de trabalho
A reunião entre os líderes sindicais dos profissionais da educação da rede municipal e o prefeito Chico Brasileiro, na secretaria da Educação, durou quase duas horas, na tarde desta quinta-feira (5). Apesar do debate intenso, não houve avanços significativos que fizessem a maior categoria profissional do município, formada por quase 3.500 pessoas, considerar que reivindicações foram atendidas. “A decisão tomada em Assembleia Geral, durante a paralisação desta quinta, foi manter a greve programada a partir do dia 16 de outubro, com nova assembleia marcada para esse mesmo dia,” informa Viviane Dotto, presidente do Sindicato dos Professores e Profissionais da Educação da Rede Pública Municipal de Foz do Iguaçu (SINPREFI).
O prefeito estava acompanhado de secretários municipais das áreas da Educação (Maria Justina da Silva), da Administração (Eliane Dávilla), da Governança e Transparência (Nilton Bobato). A única proposta efetiva apresentada pelo executivo municipal foi a retirada da normativa de distribuição de turmas que contém termos que desagradam os educadores municipais.
Um novo texto será elaborado na semana que vem, em conjunto com representantes do Sindicato dos Professores e Profissionais da Educação da Rede Pública Municipal de Foz do Iguaçu (Sinprefi).
Além disso, apenas ficou acordado que a administração municipal irá apresentar cálculos sobre pagamento de vale-alimentação para os servidores da educação e sobre pagamento de abono assiduidade, benefício para quem não possui falta, licença ou atestado. O prefeito Chico Brasileiro justificou que a falta de propostas é resultado do comprometimento do orçamento do município.
Ele disse que encaminhará ofício à Câmara de Vereadores solicitando redução de 10% no próprio salário (R$ 26.025,00) que serve de referência para o teto salarial da prefeitura. Presente à reunião, o presidente da Câmara de Vereadores, João Morales, sinalizou que poderia ser feito um repasse de aproximadamente R$ 1.800.000,00 da casa de leis para a prefeitura para contribuir com as negociações. Seria o excedente não utilizado do orçamento previsto.
Paralisação de ontem
Desde às 8h de ontem (5), mais de mil profissionais da educação protestaram em frente à prefeitura de Foz do Iguaçu. Depois de oito meses em “estado de greve”, a categoria decidiu paralisar as atividades nesta quinta-feira (5) para defender direitos conquistados que não têm sido resguardados pela administração municipal. “Nós já demos todo amparo ao município, emitindo pareceres que embasam medidas que podem ser tomadas e, mesmo assim, os direitos dos trabalhadores da educação não estão sendo respeitados”, explica a assessora jurídica do Sinprefi, dra. Solange Machado.
Pelo levantamento do sindicato, a maioria dos 45 CMEI’s do município não funcionou ontem (5) por causa da adesão dos educadores. Boa parte das escolas municipais também não abriu. “A comunidade escolar está nos apoiando, nenhum aluno foi levado para a escola, porque nós explicamos os motivos das nossas reivindicações”, explicou Daisy Kazienko, coordenadora pedagógica da Escola Municipal Parigot de Souza. Estavam presentes à paralisação profissionais que atuam em todos os 45 CMEI´s e educadores de 40, das 50 escolas do município.
“Pedimos que a comunidade escolar entenda que estamos lutando pela melhoria das condições de trabalho que refletem em um melhor atendimento para nossos alunos, por isso, pedimos o apoio dos pais e responsáveis nesse momento histórico para a educação do município de Foz do Iguaçu”, explica a professora Viviane Dotto, presidente do sindicato.