Ações descentralizadas da Feira do Livro levam vivências à escolas, universidades e ONGs

Atividades incluem diferentes temáticas voltadas à literatura, produção literária e criação

Os escritores João Carrascoza e Mamede Jarouche falaram num espaço diferente na última sexta-feira (21). Participantes da Feira do Livro, realizada no clube Gresfi, os escritores foram convidados a participar de duas ações descentralizadas.

Jarouche visitou acadêmicos do curso de Letras da Unioeste e falou sobre sua experiência como tradutor, abordando fatos cronológicos na tradução da literatura árabe no Brasil. “As obras clássicas não existem no vazio, mas tem sempre uma relação com o presente”, disse o tradutor premiado de Mil e Uma Noites.

Para ele, o trabalho como tradutor não pode ser mensurado pela exatidão e fidelidade ao traduzir uma obra literária. “Um manual é possível ser traduzido com exatidão, mas a literatura é muito diferente, pois é difícil de alcançar essa ideia”.

O acadêmico Alisson Calori elogiou a iniciativa. “Já faz uns anos que meus horários conflitam com a feira, mas acompanhar o professor convidado aqui é muito interessante, pois há conhecimento específico de um tema que também nos interessa que é a cultura árabe”.

A professora de gramática Luciana Vedovato confirmou que a presença do convidado enriqueceu o aprendizado dos acadêmicos. “Como eles também serão professores, estar aqui, com um tradutor/professor é muito rico para o aprendizado”.

No período da tarde, o escritor João Carrascoza foi à escola da Polícia Militar (antigo Mitre) para uma oficina de microcontos. “A ideia é fazer com que conheçam a origem e depois também possam fazer suas produções”, comentou.

O escritor falou sobre a origem da modalidade, mas também mostrou aos alunos produções premiadas no país. “Para produzir um microconto é preciso contar uma história dentro da história, organizar o tempo e ter um enredo que prenda”, disse.

No final do encontro, os alunos puderam produzir três microcontos (sentença com até 50 toques). Mário Henrique de 14 anos estava animado com o resultado. “Não conhecia, só conhecia haicai. Tive que pensar um pouco para criar”.

Para a pedagoga Daniela Pinheiro, a visita do escritor incentiva a cultura da leitura. “Populariza a leitura e aproxima tendo um escritor aqui para esse contato, e assim também se apropria”, comentou.

A descentralização das ações da feira é uma forma de democratizar o acesso às atividades do evento. “Ela ramifica a nossa atuação e aproxima das pessoas o universo da literatura. Além de propiciar um maior número de atividades, alcançando também um público maior. O relato do impacto dessas ações nesses ambientes tem sido fascinante”, comentou Thaisa Praxedes, coordenadora da Feira do Livro.

As ações continuam até dia 26 com oficinas de fotografia, letra e música e haicai.

A Feira Internacional do Livro é uma realização da Prefeitura Municipal, por meio da Fundação Cultural, e das secretarias municipais de Educação; Turismo e Projetos Estratégicos; Trabalho, Juventude e Capacitação. O evento tem apoio do Foztrans, Guarda Municipal, Polícia Militar, Senac, Unioeste, Unila, Instituto Federal do Paraná, PlusNet e Clube Gresfi. O patrocínio é da Itaipu Binacional, SESI e WMIX.

Toda a programação pode ser acompanhada nas redes sociais da Prefeitura Municipal e Fundação Cultural (@culturalfoz).

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