Desde 2017, Foz do Iguaçu não registra casos de transmissão vertical do HIV (de mãe para filho); Ações são resultado de um trabalho contínuo de vigilância e prevenção
A Secretaria da Saúde de Foz do Iguaçu recebeu na última sexta-feira (08), uma certificação da Comissão Nacional de Validação (CNV) do Ministério da Saúde pela eliminação da transmissão vertical do HIV. O município também conquistou um Selo de Boas Práticas pelos esforços empenhados nas ações de vigilância, prevenção e controle da transmissão vertical (de mãe para filho). Os dois reconhecimentos foram feitos, no auditório do TCU (Tribunal de Contas da União), em Brasília e foram transmitidos on-line.
A transmissão vertical do HIV ocorre quando a gestante, vivendo com HIV/Aids, não realiza o tratamento de forma adequada e transmite o vírus para o bebê ou também pode ocorrer no período do puerpério, durante a amamentação, no caso de mães infectadas.
Desde 2017, Foz do Iguaçu não registra casos de transmissão vertical do HIV. O resultado é fruto de um intenso trabalho desenvolvido pela equipe do Programa Municipal IST/Aids e Hepatites Virais e dos outros equipamentos de saúde de Foz do Iguaçu.
“Essa certificação é muito importante porque reconhece o trabalho da nossa política pública e que tornou a cidade uma das poucas do país a eliminar a transmitir o HIV de mãe para filho. Antes de assumirmos, não havia sequer exames voltados para as gestantes e desde 2017, iniciamos uma linha de cuidado que eliminou a transmissão vertical”, reforçou o prefeito Chico Brasileiro.
O trabalho é desenvolvido pelo programa IST/AIDs que está articulado a toda rede de saúde. “Graças ao esforço conjunto de toda a equipe, o município obteve parecer favorável da Comissão Estadual de Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical do HIV e foi habilitado a buscar a certificação a nível nacional, que ratifica o esforço realizado na qualificação das ações de vigilância, prevenção e controle da transmissão vertical”, disse o coordenador do programa IST/AIDs e Hepatites Virais, Wanderley Furtado.
A secretária municipal de Saúde, Rose Meri da Rosa, esteve presente na cerimônia de entrega, e disse que o reconhecimento demonstra a importância do compromisso da gestão para com os iguaçuenses.
“Estamos falando de uma política integrada e comprometida com o futuro de novas vidas, garantindo um cuidado que segue até dois anos após o nascimento e previne a contaminação por HIV para outras gerações”, afirmou.
Trabalho
O processo de trabalho e os indicadores do município foram apresentados à equipe Nacional de Validação do Ministério da Saúde no início do mês de outubro, durante uma visita técnica. Eles conheceram os serviços do Programa IST/Aids; Atenção Primária em Saúde; Vigilância Epidemiológica; Lacen-Fronteira, a maternidade do HMCC (Hospital Ministro Costa Cavalcanti) e o Consultório na Rua.
O objetivo foi verificar como funcionam os serviços rede, desde o diagnóstico de que uma mãe tem HIV, passando por todo o acompanhamento para que a doença não seja transmitida para o bebê.
Entre os critérios analisados estão a assistência pré-natal de alto risco à gestante portadora do HIV e o acompanhamento durante o parto e nos primeiros 18 meses de vida da criança, além do atendimento prestado às pessoas portadoras de HIV, entre outros fatores.
“As visitas foram realizadas para entrevistar os profissionais de saúde que prestam assistência às mulheres portadoras de HIV e ao serviço de Vigilância Epidemiológica do município. Nelas, os técnicos certificaram se as informações que os serviços inserem nos sistemas estão em conformidade com a realidade local”, explicou Furtado.
O Município alcançou o principal indicador considerado para a Certificação, que é o de não ter nenhuma criança infectada pelo HIV nos anos de 2020 e 2021, anos considerados para a Certificação.
Em 2020 foram registrados 19 gestantes com o vírus, todas acompanhadas pelo Serviço de Assistência Especializada (SAE) do Programa Municipal IST/Aids e Hepatites Virais; em 2021 foram registrados 16 casos de gestantes com HIV, sendo todas acompanhadas pelo SAE.
Os demais indicadores necessários para a certificação também atestam a excelência dos serviços prestados na rede. Foz do Iguaçu obteve 100% de cobertura de gestantes infectadas com HIV em uso de terapia antirretroviral (TARV), medicamento indicado para prevenir a transmissão da doença para o feto. Além disso, a cidade alcançou 100% de acompanhamento das crianças expostas ao HIV, ou seja, até os 18 meses, com exame de sorologia negativo para a infecção para o vírus.